Fitoterapia & Ayurveda

Para falar sobre fitoterapia & Ayurveda primeiro temos que explicar o que é fitoterapia, é importante contextualizar que muitas plantas são ricas em nutrientes e compostos bioativos com efeitos terapêuticos. Assim, a fitoterapia está atrelada ao estudo desses componentes e das suas aplicações para tratamentos de saúde e para beneficiar o funcionamento do corpo humano. A ayurveda também possui este estudo que chamamos de Dravya guna.
Neste post, será apresentado um pouco mais sobre a técnica, como funciona e seus benefícios. Ainda, o conteúdo será aprofundado trazendo o conceito e exemplo de fitoquímicos, um composto ativo presente nas plantas com importante atuação protetora.
Acompanhe!
Afinal, o que é fitoterapia?
Fitoterapia é uma técnica que estuda as funções terapêuticas das plantas e vegetais para prevenção e tratamento de doenças. Médicos, nutricionistas, farmacêuticos, fisioterapeutas, Terapeutas ayurvédicos e outros profissionais são capacitados para indicar fitoterápicos aos seus pacientes, com o objetivo de melhorar o organismo, ajudar no combate de doenças e atuar na prevenção de problemas de saúde.
Origem
O termo tem origem grega: “phyton”, que significa “vegetal”, e “therapeia”, que remete a “tratamento”. Desta forma, a técnica tem como base uma cultura milenar de uso das plantas para cuidar da saúde.
Vale destacar que a fitoterapia é somada a estudos e análises no campo científico continuamente. Neste contexto, as pesquisas avaliam a atuação química, toxicológica e farmacológica das plantas medicinais e dos princípios ativos.
Como funciona a fitoterapia?
As plantas produzem naturalmente substâncias para o seu próprio desenvolvimento. Seja para o crescimento, a reprodução, para a defesa de adversidades ambientais ou para a sua formação, elas acabam produzindo compostos ativos que apresentam importantes efeitos terapêuticos para o corpo humano.
Quando os benefícios relacionados a essas substâncias são evidenciados, elas podem ser utilizadas em medicamentos fitoterápicos, manipulados ou industrializados. Ainda há opções com a planta in natura, como os chás.
É importante ressaltar que os compostos bioativos das plantas passam por um processo de ensaios, análises e acompanhamento das instituições públicas de saúde para garantir o uso adequado e seguro.
Quais são os benefícios da fitoterapia?
Além da positiva atuação nos tratamentos de saúde, a fitoterapia apresenta outros benefícios, como a composição natural, a biodiversidade disponível e menos efeitos colaterais. Acompanhe a seguir mais detalhes de cada um deles.
Composição
A fitoterapia conta exclusivamente com substâncias de origem vegetal para a composição de medicamentos fitoterápicos, sem componentes sintéticos.
Biodiversidade
As inúmeras espécies de plantas e alimentos de origem vegetal abrem possibilidades para a descoberta de novos ativos e soluções fitoterápicas. Especificamente, o Brasil apresenta uma grande diversidade de vegetais, o que pode fomentar o desenvolvimento da técnica e mais opções serem disponibilizadas.
Efeitos colaterais
O fato de um medicamento ser natural não quer dizer que não apresenta efeitos colaterais ou contraindicações! Por isso, o acompanhamento do profissional da saúde é recomendado.
Além de saber o que é fitoterapia, é importante conhecer substâncias que produzem os efeitos da técnica. Dentre elas, os fitoquímicos são importantes ativos para a proteção da planta e de alimentos de origem vegetal, como frutas, verduras, grãos e algas.
A relação entre os fitoquímicos e a medicina ayurvédica é profunda e complementar. Embora a Ayurveda não utilize a linguagem moderna da ciência dos fitoquímicos, ela sempre reconheceu o poder terapêutico das plantas — exatamente por causa desses compostos bioativos.
Aqui está como os dois se conectam:
🌿 O que são fitoquímicos?
Fitoquímicos são compostos naturais produzidos pelas plantas que atuam na sua defesa contra pragas, radiação e doenças. Para os humanos, muitos desses compostos oferecem benefícios à saúde, como ação antioxidante, anti-inflamatória, antimicrobiana e imunomoduladora. Exemplos incluem:
- Curcumina (da cúrcuma)
- Alcaloides (como os da pimenta e do gengibre)
- Taninos e flavonoides (presentes em frutas, chás e ervas)
- Saponinas, terpenos, glicosídeos etc.
Na medicina ayurvédica…
A Ayurveda trabalha com o conhecimento empírico e energético das plantas há milhares de anos, classificando-as por:
- Rasa (sabor)
- Virya (potência ou energia)
- Vipaka (efeito pós-digestivo)
- Prabhava (ação específica e única da planta)
- E os efeitos sobre os Doshas (Vata, Pitta e Kapha)
Ainda que a Ayurveda não nomeie os fitoquímicos como a ciência moderna faz, ela reconhece claramente seus efeitos terapêuticos e energéticos.
🌱 Como se conectam?
Os fitoquímicos modernos explicam cientificamente os efeitos que a Ayurveda já observava há milênios:
Planta Ayurvédica | Fitoquímico principal | Benefício segundo a Ayurveda | Efeito científico reconhecido |
---|---|---|---|
Cúrcuma (Haridra) | Curcumina | Reduz Pitta, desintoxicante | Anti-inflamatório, antioxidante |
Amalaki | Vitamina C, taninos | Rejuvenescedor (Rasayana) | Imunomodulador, antioxidante |
Gengibre (Shunthi) | Gingerol | Digestivo, aquece Agni | Anti-inflamatório, melhora digestão |
Neem | Limonoides, nimbina | Purificador, reduz Kapha/Pitta | Antibacteriano, antifúngico |
Conclusão
A Ayurveda e os fitoquímicos falam linguagens diferentes, mas compartilham o mesmo objetivo: usar a inteligência das plantas para promover saúde, equilíbrio e longevidade.
Com os avanços científicos, hoje conseguimos comprovar os efeitos dos princípios ativos que a tradição ayurvédica já aplicava de forma intuitiva e integrada — revelando uma sabedoria ancestral validada pela ciência moderna.
Combinar esses dois mundos é honrar o passado com os olhos no futuro.